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Alberto Carlos Almeida

Cientista político, sociólogo e pesquisador

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Bolsonaro contra a vacina: o que ele quer

por | dez 8, 2020 | Opinião Pública | 2 Comentários

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Muitos ficam abismados ao perceber que o Governo Bolsonaro está atuando de maneira a dificultar a entrada no Brasil da vacina contra a Covid. Foi justamente isso que permitiu ao Governador João Doria ocupar a mídia anunciando a data do início da vacinação, assim como parcerias com outros entidades da federação e a vacinação de qualquer habitante de outro estado desde que esteja em São Paulo. O Presidente da República parece não querer proteger a população de uma doença que pode ser fatal, e há quem se indague acerca da racionalidade desta postura.

Durante a campanha eleitoral de 2020 o Datafolha perguntou em quatro capitais, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, se as pessoas eram contra ou a favor que a vacinação fosse obrigatória. Na média, pouco mais de 25% são contra a obrigatoriedade. Esse resultado ajuda a entender as decisões e falas de Bolsonaro: ele quer preservar, manter, fidelizar em torno de 20% do eleitorado, eventualmente pode ser um pouco mais do que isso, visando a sua reeleição. Bolsonaro sabe que se tiver perto de 30% dos votos a sua vaga está garantida no segundo turno.

É esta a explicação para que Bolsonaro e a primeira-dama inaugurem uma exposição das roupas que usaram na posse presidencial na mesma semana em que o assunto principal é a vacina contra a Covid. Além disso, em função de sua formação política como deputado do baixo clero, o presidente prefere se envolver em questões menores como o número de pontos da Carteira Nacional de Habilitação, o voto impresso e a posse de armas, do que debater temas nacionais que têm impacto sobre toda a sociedade, foi assim na reforma da previdência e está sendo nos casos das reformas tributária e administrativa. Esse é o nosso presidente.


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2 Comentários

  1. LUCAS OLIVEIRA DE SOUZA

    Estratégia dele me lembra a do Trump de manter a base eleitoral. Porém, nos Estados Unidos o processo eleitoral é diferente. Então, ao adotar essa estratégia, o Presidente se garante no segundo turno, embora possa perder para qualquer um que o enfrentar

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    • Alberto Carlos de Almeida

      Sim

      Responder

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