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Alberto Carlos Almeida

Cientista político, sociólogo e pesquisador

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Dilma sofreu impeachment no sexto ano de mandato, Bolsonaro está no segundo

por | abr 20, 2020 | Política | 2 Comentários

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Bolsonaro em 2020 só é comparável a Dilma em 2012, ambos no segundo ano de mandato, quando ela tinha uma aprovação popular maior do que a que Bolsonaro tem hoje e quando tudo que seu governo enviava para a Câmara e o Senado era aprovado com facilidade. É sempre bom recordar que foram necessários seis anos de desgaste para que Dilma sofresse o impeachment, e que ele só foi possível quando ela tinha menos de 15% de ótimo/bom e mais de 65% de ruim/péssimo. Aliás, ela ficou 12 meses consecutivos com esta avaliação sem que tivesse sido viável afastá-la.

Faltam ainda dois meses para que Bolsonaro conclua um ano e meio de mandato e já se fala abertamente em impeachment. Vale lembrar que tanto no caso dele quanto de Dilma as instituições preveem eleições ao final do quarto ano de mandato, quando é sempre possível retirar o mandatário ou seu partido pelo voto.

Se considerarmos apenas a precocidade do debate acerca do impeachment de Bolsonaro, devemos admitir que o apoio que ele hoje tem é bem menor do que Dilma tinha em seu segundo ano de mandato. Ele tinha uma avaliação popular muito melhor em 2012 do que Bolsonaro tem em 2020, ela tinha a seu lado os dois maiores partidos da Câmara e do Senado, PT e PMDB, que juntos tinham imensa força gravitacional para colocar juntos todos os partidos do Centrão. Bolsonaro não tem nada disso e o resultado é esse: fala-se de impeachment antes que ele complete 18 meses de mandato, algo que nunca tinha sido assunto no mesmo período do Governo Dilma.

São essas coisas que fazem as instituições agirem. Elas sempre foram as mesmas instituições com Dilma e com Bolsonaro, falta-lhes (ou não) as razões para atuar. Se as razões estiverem presentes, elas não se absterão de dar as respostas adequadas.


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2 Comentários

  1. Vinícius

    O problema é que criou -se ao longo dos anos finais do governo Lula (com a própria ação do PT) um anti-petismo que chegou as ruas em 2013, 2014. Já no caso de Bolsonaro, mesmo ele sendo quem é e fazendo o que faz, foi colocado lá com o voto popular. As mobilizações das pessoas nas ruas (antes do confinamento) contra Bolsonaro estão longe de atingirem o patamar que atingiram contra a Dilma. Falta união da oposição no sentido de gerar uma maior mobilização. Usar o mesmo recurso (bater panelas) que foi usado contra a Dilma não vai surtir efeito nenhum se aqueles que devem ser pressionados (Câmara, senado, STF) não forem mobilizados tb.

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    • Alberto Carlos de Almeida

      Concordo

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