As diversas pesquisas do Datafolha atestam que a atual base de apoio do Presidente da República gravita em torno de 30%. Na pesquisa divulgada em 28 de maio o ótimo/bom do governo é 33%, aqueles que sempre confiam no que Bolsonaro fala são 21% e os que acham que ele tem capacidade de liderar o país são 45%.
Uma pesquisa anterior já havia constatado que no conflito entre Bolsonaro e Sérgio Moro no que diz respeito à suposta intervenção do Presidente na Polícia Federal 27% consideram que Bolsonaro falou a verdade e 32% consideram que ele apenas queria melhorar sua segurança pessoal no Rio de Janeiro.
Nos Estados Unidos, em várias regiões nas quais a pandemia se alastrou de forma abrangente e está matando muita gente, Trump segue liderando as pesquisas. Isso pode ser parecido no Brasil. Se considerarmos como exemplo o interior de São Paulo, que votou pesadamente em Bolsonaro em 2018, e hoje é uma área do país menos afetada pela pandemia, pode ser que seus eleitores se tornem ainda mais fiéis ao Presidente. A ver.
Bolsonaro assumiu o país no fundo do poço, mergulhado em uma crise econômica sem precedentes. Isso o ajudou muito. Uma segmento importante do eleitorado o avalia tomando como referência este fundo do poço econômico. Além disso, pela primeira vez em nossas eleições presidenciais um candidato lançou mão da assim chamada guerra cultural, o embate entre valores, a fim de obter votos. Todos sabemos que ele teve sucesso nessa empreitada.
O seu apoio é sólido, mas não é inabalável. Para que o ótimo/bom caia será preciso que a crise da pandemia se torne ainda mais grave. Ninguém sabe o quão grave ela teria que se tornar para abalar esta avaliação positiva. O pós-pandemia também poderá abalar sua aprovação, pois o auxílio emergencial será extinto.
O que as pesquisas do Datafolha mostram é que a queda de Bolsonaro junto à opinião pública exige paciência de que torce por isso.
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