Não é tarefa simples levar a cabo o impeachment de um Presidente da República. Instituições políticas são como pedras de granito gigantes, não se movem com facilidade. A instituição central das democracias é o voto e a poderosa presidência da república é ocupada por alguém eleito diretamente por todos os brasileiros. O resultado final é que o mandatário máximo da nação tem o seu período no cargo protegido por uma inércia descomunal. Se não fosse assim, é possível que nenhum presidente concluísse o mandato no Brasil, a cada crise passageira todos seriam derrubados.
O calcanhar de Aquiles, no momento, do impeachment de Bolsonaro é o apoio popular ao presidente medido por meio da avaliação ótimo/bom. A pedra de granito dos mandatos de Collor e Dilma só foi movida quando esse número bateu os 10%. Retirar Bolsonaro do cargo com 20% ou mais de avaliação ótimo/bom seria trocar um problema complicado hoje por outro talvez ainda mais grave no futuro. Se isso for feito será deixado para trás grande exército de pessoas não apenas radicalizadas, mas também ressentidas, prontas para defender seu Mito e para votar em quem ele indicar. Seria mais um elemento complicador de nossa já longa crise política.
Os políticos em Brasília poderão decidir, mais na frente, pelo impeachment de Bolsonaro. Mas eles só farão isso quando tiverem alguma segurança que o nível de rejeição de seu governo tiver atingido o patamar que vitimou Dilma. Isso ainda não ocorreu.
Ouvi em algum lugar q após as eleições municipais ficaria mais seguro contabilizar os votos do congresso para um IMP. Seris esse momento um divisor de águas para início do processo?
O divisor de águas mais importante seriam protestos contínuos e crescentes