Passou despercebido, Bolsonaro se reuniu com Ciro Nogueira (presidente do PP), Marcos Pereira (presidente do PRB) e com o líder do PL na Câmara, o deputado Wellington Roberto. Bolsonaro sofre de mania de perseguição. Neste momento ele acredita piamente que está sendo perseguido pelo DEM, cujo triunvirato composto por Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Luiz Henrique Mandetta, além de presidir as duas casas legislativas, determina qual a política pública a ser seguida (à revelia do Presidente da República) no combate à pandemia.
Bolsonaro quer se livrar do DEM e trazer para junto dele os partidos do Centrão. Pobre Bolsonaro, ele, um jogador de damas mal treinado chamou os mais exímios jogadores de xadrez para fazer acordo. Ninguém do Centrão confia em Bolsonaro.
No final do Governo Dilma a presidente tentou uma composição justamente com esses partidos, seu objetivo era ter os votos de PP, PRB e PL contra seu impeachment. Ciro Nogueira compôs com Dilma, obteve o que queria, mas seu partido abandonou a então presidente e passou a apoiar o impeachment. O PL já tinha o Ministério dos Transportes e obteve mais cargos, porém isso não foi suficiente para que se mantivesse no mesmo barco de Dilma.
Dilma perdeu seu parceiro preferencial, o então PMDB, e tentou fazer uma aliança com os partidos do Centrão. Bolsonaro julga ter perdido seu parceiro preferencial, o DEM, e agora tenta atrair os partidos do Centrão. O xeque-mate dado em Dilma pode ser repetido agora: aceitam-se os cargos, mas se necessário o governo será abandonado.
Fernando Henrique tinha o PSDB ao seu lado. Ele respeitou seu partido e o utilizou como um imã para atrair o PFL. Lula é a própria encarnação do PT. Evidentemente ele respeitou o seu partido e utilizou sua força gravitacional para atrair o PMDB. Dilma, como todos envolvidos diretamente e em tempo integral com a política sabem, não respeitou nem valorizou o PT. Isso tornou muito difícil atrair aliados que jogam xadrez.
Dizer que Bolsonaro segue os mesmos passos de Dilma não significa afirmar que ele sofrerá impeachment, mas sim mostrar que ele não tem mais onde se segurar, que ele recorre agora ao que existe de menos confiável na política brasileira, em particular quando, como é o caso de Bolsonaro, não há nenhuma força partidária capaz de atrair estes bem treinados enxadristas.
Creio que o impeachment, não acontecerá no período da Pandemia, afinal empoderar o Mourão que não tem experiência nem mesmo como Vereador, frustaria os interesses do “MERCADO”.
Bolsonaro, só fez o serviço sujo e a agenda é a mesma, porém não convém impeachment agora
São fatos. Agora, Bolsonaro sequer ter um partido, creio ser um agravante. Dilma tinha Lula, que fora impedido por consequência da ação ilegal do político de toga de Curitiba. O resto é história.
Dilma tinha Lula, mas nunca quis usar Lula. Foi mais um motivo que resultou em seu impeachment. Lembre-se que durante a Lava Jato ela disse inúmeras vezes que aquelas investigações nada tinha a ver com seu governo. Ora, se não tinha a ver com ela, quem estava envolvido nas investigações? O Governo Fernando Henrique? Dilma foi desleal com Lula.
Concordo, professor. Acho que se Lula fosse melhor inserido no governo Dilma logo após o início do segundo mandato, como exímio articulador politico que é, talvez a história fosse diferente hoje. A questão é se o Lula desejava ou tinha disposição pra isso. Obrigado! Paz.