A série de mapas abaixo revela qual partido de esquerda é mais bem distribuído nacionalmente. A votação para prefeito em cada estado foi dividida pelo total de votos para prefeito no Brasil. Ser mais bem distribuído nacionalmente é crucial para a competitividade do candidato a presidente em 2022. Os candidatos mais competitivos e os que venceram a eleição presidencial foram sempre aqueles com votações menos regionalizadas e mais nacionalizada.
O PSOL, por exemplo, no primeiro mapa, teve sua votação muito concentrada em São Paulo, Boulos, e no Pará, Edmílson Rodrigues. Isso revela que o partido não tem capilaridade nacional, foi muito dependente de dois nomes em sua votação para prefeito.
Um fenômeno semelhante ocorreu com o PC do B. Os estados com mais votos proporcionais foram o Maranhão, em função do Governador Flavio Dino, o Rio Grande do Sul, por causa da candidatura de Manuela, Bahia e Pernambuco. No caso de Pernambuco a vice-governadora de Paulo Câmara é do PC do B.
O PDT sofre do mesmo problema de concentração regional de votos, até mais grave, por causa do Ceará. Aliás, o Ceará tem pouco mais de 4% dos eleitores do Brasil e o PDT elegeu no Estado 21% de seus prefeitos. A votação para prefeito apenas repete a já conhecida dificuldade de Ciro Gomes de, em eleições nacionais, deixar de ser um candidato fortemente regionalizado.
O PSB também não conseguiu se nacionalizar na eleição para prefeito. A sua votação foi concentrada no estado em que é mais dependente, Pernambuco, e foi influenciada pelo desempenho de Márcio França no Município de São Paulo. Isso mostra a falta de competitividade nacional do partido.
De todos os partidos de esquerda aquele que teve a votação mais bem distribuída foi o PT: ela foi proporcionalmente maior nos lugares certos, isto é, nos cinco maiores colégios eleitorais do Brasil: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul. Enquanto os demais partidos de esquerda foram muito dependentes de poucos estados com colégios eleitorais fora dos cinco maiores do país, além da dependência de candidaturas específicas, o PT teve sua votação proporcional para prefeito distribuída de acordo com o tamanho do eleitorado de cada estado, considerando os cinco maiores.
Sob esta perspectiva, o único desbalanceamento da votação do PT foi o estado da Bahia no qual o partido obteve mais votos proporcionais do que em Minas Gerais e Rio de Janeiro. De toda maneira, a Bahia é o quarto maior colégio eleitoral do Brasil. Esse resultado reflete o domínio que o partido tem, de 16 anos, sobre o Governo da Bahia. Ademais, ele pode indicar a importância do Estado para a próxima eleição presidencial.
Vale o mesmo raciocínio para o PSOL no Rio de Janeiro?
Boa análise professor! Você irá fazer um comparativo entre resultados da esquerda X direita nas eleições de 2020?